O frio chegou. Ao andarmos pelas ruas de Santiago, podemos sentir o cheiro da fumaça, das lareiras das casas. O fogo, realmente é muito acolhedor, traz calor, aconchego, romantismo, traz amor. É nessas horas, que esse mesmo fenômeno nos faz refletir sobre as diferenças sociais, econômicas, etc... pois sabemos que enquanto estamos em frente ao fogo, vibrando com o frio, fazendo dele um prazer, muitas pessoas estão na rua, em casebres, em barracas, com seus filhos a passar frio, fome e sem nenhum motivo para sentir prazer ou algo sentimental prazeroso. Sabemos também que enquanto entramos para nosso quarto, fechamos a porta e ligamos o ar condicionado, muitos amontoam seus filhos numa mesma cama, para que possam se aquecer uns aos outros, dormir e sonhar quem sabe com dias em que possam ter um lar, onde poderão se aquecer no fogo, no calor acolhedor e que possam ter uma vida mais digna. Enquanto tomamos o vinho, muitos estão pensando em que fazer para saciar a fome dos seus filhinhos, ou dar o leite que alimenta os pequenos. Tudo isso é muito triste. Tão bom será o dia em que sentarmos e sabermos que não há ninguém sem o seu fogo amigo, para aquecer os seus filhos e suas almas. Será que um dia vamos ter esse momento?
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