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Graças a Deus a minha felicidade não depende da tristeza alheia. Não preciso destruir a vida de ninguém para construir a minha.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A banalização da mentira

19/02/10

Jayme Copstein

Mais depressa se pega um mentiroso que um coxo, basta correr atrás da verdade. Este é um velho provérbio – a primeira parte, a segunda eu acrescentei – em desuso mais pela banalização da mentira no Brasil de Lula que por chamar um capenga de coxo, politicamente incorreto em relação aos portadores de necessidades especiais nos membros locomotores.

Mas, se for por necessidades especiais, também é politicamente incorreto chamar os políticos de mentirosos porque eles têm a especial necessidade de esconder a verdade, Não é outra coisa que mostra matéria de Gustavo Patu, repórter da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo, publicada na edição de ontem (http://tinyurl.com/ygn4w2n).

Patu compara não números dos dois governos, o do atual e o de FHC, mas as afirmações de Lula e Dilma Roussef em relação ao ensino público com dados de um documento do Ministério da Educação.

“E pasmem, para uma coisa que é importante: eu, torneiro mecânico, já sou o presidente da República que mais fez universidades neste país – Lula voltou a afirmar na semana passada, em Teófilo Otoni (MG), repetindo o que já havia dito em Bacabeira (MA), São Leopoldo (RS), Araçuaí (MG), no Fórum Social de Porto Alegre e em Brasília”.

A realidade, segundo o documento do Ministério em que Patu se baseou, é outra: das 13 universidades ostentadas por Lula como obra sua, nove resultaram de fusão, desmembramento ou ampliação de instituições de curso superior, inauguradas por outros presidentes. As quatro universidades que realmente seu governo criou, são menos da metade das dez universidades implantadas por Juscelino Kubitschek. O número sequer iguala as seis de Fernando Henrique Cardoso.

Por sua vez, Dilma Roussef afirmou: “Até 2003 tinham sido construídas no Brasil 140 escolas técnicas profissionalizantes, e só no governo Lula já foram feitas 140, com a previsão de construção de mais 74. É esse tipo de comparação a que me refiro”.

Segundo Gustavo Patu, com base no mesmo documento, “as escolas federais criadas até 2009 foram pouco mais da metade do anunciado – e o número de matrículas, no período, cresceu apenas 20%, bem abaixo dos 45% na rede estadual. Mais importante, omite-se que, na divisão consagrada de tarefas entre os entes federativos, o ensino profissionalizante cabe preferencialmente aos Estados, onde estão 30% dos alunos, o triplo do bolo federal, enquanto 55% das matrículas estão no setor privado. A ampliação da participação direta da União não é consensual entre os especialistas”.

A verdade é que o suposto culto à personalidade do presidente de pouca escolaridade por façanhas culturais nunca dantes praticadas na história deste país esconde todo um programa de reestatização da economia, que acabará devolvendo o Brasil à situação de falência em que os militares o deixaram, após infestá-los de empresas estatais improdutivas. O jornalista Gustavo Patu adverte:

“Combinação de preferência ideológica e conveniência eleitoral, todas as realizações reais e imaginárias citadas nos palanques petistas convergem para a apologia do papel do Estado e do gasto público, numa estratégia já empregada com sucesso no pleito de quatro anos atrás. Na época, o neoliberalismo, embora adotado com convicção pela primeira equipe econômica petista, foi o vilão escolhido”.

Fonte: http://www.jaymecopstein.com.br/
Extraído de
http://praiadexangrila.com.br/

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